terça-feira, 12 de abril de 2011

Das inconsequentes reclamações acadêmicas



Hoje, um colega de sala referiu-se a um professor de tempos idos de maneira bastante depreciativa, com qualificativos que não convêm serem repetidos por aqui. Essencialmente, queria dizer que o professor era rigoroso com relação às notas. Por outro lado, não é raro ouvir reclamações com relação à qualidade das aulas, que o curso de Direito não é suficiente para a prova da OAB, que é preciso fazer cursinho mesmo antes de formar-se etc. Tem algo estranho neste raciocínio.
Se um professor é rigoroso com na formulação e na correção de suas provas, mas faz seu trabalho direitinho, preparando suas aulas, criando estratégias mínimas de aprendizado, tirando as dúvidas, o mais razoável é esperar que ele faça uma avaliação rigorosa. Afinal, não é para isto que pagamos pelo serviço oferecido pela PUC?
Para quem busca apenas um diploma de graduação, não cabe reclamação. Cabe apenas torcer para que tudo passe da maneira mais rápida e indolor possível. Quando há choradeira em relação ao rigor dos professores, o prejuízo acadêmico é incalculável. Poucos não foram os professores que já me confessaram "maneirar a barra" para evitar reclamações, processos, dor de cabeça de final de ano e coisas do gênero. No meu entender, "maneirar a barra" implica em prejuízo acadêmico, menos aula, mais embromação, menos aprendizado, enfim, mais daquilo pelo qual não pagamos.
Para quem quer um curso com mais qualidade, que permita enfrentar desafios profissionais e pessoais mais significativos, é incabível reclamar do rigor acadêmico do professor. É claro que não se pode abrir mão de questionar professores arbitrários, desorganizados, preguiçosos, vingativos, que usam a nota como instrumento de chantagem. Mas, isto já é outro problema.

Ricardo Orsini - ricardo.orsini@gmail.com

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